Martin Amis andava quietinho demais para o jeito Martin Amis de ser. No último ano, só me lembro de ter ouvido falar nele pela participação no lançamento do Original de Laura, o título que fez Nabokov se revirar no caixão à la Uma Thurman em Kill Bill.
Daí, no intervalo de três dias, fico sabendo que:
1) Ele concluiu que em 2020 a Inglaterra será cenário de um “tsunami grisalho”, com “uma população de dementes muito velhos, como uma invasão de imigrantes terríveis, a empestear os restaurantes e os cafés e as lojas”. E que, para evitar uma guerra civil entre os velhos e os jovens, seria interessante criar em cada esquina uma cabine de eutanásia, que premiaria quem compreendesse a inutilidade de sua existência com um martini e uma medalha.
2) Ele argumentou, em entrevista à Prospect Magazine (ainda não publicada), que o sul-africano JM Coetzee, Prêmio Nobel, duas vezes Booker Prize, autor do sensacional Desonra, não tem nenhum talento e que “todo o seu estilo se baseia na ideia de não transmitir nenhum prazer”.
3) Ele lançará nos próximos meses The Pregnant Widow, título já em pré-venda na Amazon (e que ele já andou dizendo que causará polêmica).
E então tudo se encaixa.
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