(Re)lançamento

Não vi Invictus e sei que vou ver em breve, embora minha relação com filmes do Clint Eastwood tenha algo de estranho – não posso deixar de ver e não consigo parar de reclamar. Gosto de detalhes, mas quero largar no meio quando vejo coisas como a família da Menina de Ouro chegando da Disney no hospital e enfiando uma caneta na boca dela para que assine um testamento ou a neta do velhote de Gran Torino deixando claro que só quer a herança.

Dá para entender que um drama é um drama com bem menos que isso.

Dito isto, tenho medo de saber o que ele fez com a história de como Mandela acabou com o apartheid, que já é uma trajetória do herói mesmo sem tintas dramáticas. Mas verei porque, vamos combinar, Morgan Freeman como Mandela deve ser demais. E porque o recorte, a Copa de rúgbi que uniu brancos e negros na mesma torcida, é dos mais interessantes sobre a segregação racial na África do Sul.

No ano passado li o título que inspirou o longa, Conquistando o Inimigo, do britânico John Carlin, cujo lançamento quase não foi falado, e vi que agora voltou às livrarias, com a clássica sobrecapa no estilo “Oi, também estou nos cinemas! Me leva?”.

Eu era assim...

...e fiquei assim

O livro tem drama o suficiente para Clint Eastwood se refestelar (tanto que, oh god, na introdução o autor admite que sabia correr o risco de cair numa espécie de autoajuda). Mas, vá lá, é um detalhado retrato da política e da sociedade sul-africana naqueles anos, e isso não como sinônimo de maçante – há informações ali para se surpreender a cada par de páginas. Escrevi sobre o livro e a volta às livrarias no Caderno 2 de hoje.

Educação, no papel e na tela

Um trecho do livro de memórias An Education, da jornalista inglesa Lynn Barber, e o trailer do filme, abaixo. Do livro eu não li mais que esses parágrafos aí, mas, na comparação com o longa, que vi em L.A., diria que Nick Hornby fez um belo trabalho no roteiro. Estreia no mês que vem por aqui.

O melhor filme jamais feito

Publicado no Cultura deste domingo

O monumental Napoleão de Kubrick

Livro lançado nos EUA conta história do projeto mais ambicioso do cineasta, que, rejeitado em Hollywood, ficou só no papel

Raquel Cozer

O bilhete, datilografado com rasuras num papel não timbrado, listava uma dezena de argumentos. O terceiro deles dizia: “Espero realizar o melhor filme jamais feito.” Era 20 de outubro de 1971 e pela última vez Stanley Kubrick (1928-1999) tentava convencer os estúdios MGM a bancar Napoleão, fita de três horas que planejava dirigir sobre o imperador francês. Àquela altura, ele já desconfiava de que era enorme a chance de o longa, de fato, jamais ser feito.

Embora o ambicioso projeto não tenha se concretizado, seus arquivos foram mantidos no espólio do diretor em Hertfordshire, Inglaterra. Por anos, admiradores puderam ler textos sobre o assunto e até uma versão do roteiro, de 1969 – que se acha numa busca no Google por “Napoleon”, “Kubrick” e “script”. Mas só agora a maior parte dos documentos se tornou pública, com o lançamento, no fim do ano passado, de uma edição limitada de luxo da Taschen, Stanley Kubrick”s Napoleon – The Greatest Movie Never Made.

Leia a íntegra do texto aqui

Última tentativa de Kubrick de convencer os estúdios