BABEL
Raquel Cozer – raquel.cozer@grupoestado.com.br
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Entrada da Amazon na Itália estimula queda de preços
Horas antes de Ricardo Cavallero, gerente geral da Mondadori, embarcar para São Paulo – onde participou na quarta do Congresso Internacional do Livro Digital -, a gigante italiana assinou com a Amazon contrato para venda de 2.000 títulos para Kindle. Há nove meses vendendo e-books, a maior editora da Itália pretende lançar no formato outros 1.000 dos 10 mil títulos de seu catálogo até o fim do ano – quando a Amazon, no país desde novembro, deve iniciar a venda do Kindle. “Não houve razão para assinarmos o acordo antes de termos certeza de que eles entrariam no mercado italiano”, disse Cavallero à coluna. Ciente das dificuldades da varejista de fechar contratos no Brasil, o gerente compara a situação aqui com a dos EUA em 2009. “A tendência é que as editoras batalhem pelo direito de definir os preços sem que ninguém possa mudá-los. O problema dessa típica reação de defesa da indústria é que, para que esse mercado dê certo, os preços precisam cair. Está provado que as pessoas gastam no máximo 10 dólares ou euros em compras pelo celular.” Enquanto no Brasil descontos costumam chegar a no máximo 40%, a Mondadori oferece reduçoes de 50% nos preços de todos os seus e-books. Quer reduzir ainda mais os preços até o fim do ano.
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Enquanto isso, no Brasil…
Apesar de a Amazon ainda não ter chegado de fato ao Brasil, sua presença no País é significativa entre livrarias virtuais. Segundo o Google AdPlanner, que estima audiência de sites, a loja americana tem aqui mais visitantes únicos por mês (1,9 milhão) que a Cultura e a Fnac (com 1,2 milhão cada uma). A Saraiva fica na frente das três, com 4,6 milhões.
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As vendas por aqui
Na Cultura, 15 mil e-books foram vendidos este ano. Mauro Widman, coordenador da área na livraria, diz que as vendas dobram a cada dois ou três meses. A previsão é que, até dezembro, a comercialização de digitais chegue a 1% do faturamento da loja. Parece otimismo: ficaria em torno de R$ 3 milhões, se levado em conta o faturamento de 2010.
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As editoras que mais vendem livros digitais na Cultura são a KBR, cujos títulos não passam de R$ 12, e a Zahar, devido aos preços e ao alto número de títulos no formato: 300.
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Os e-books “made in Brazil” não chegam a 2% do total de títulos digitais oferecidos pela Cultura e pela Saraiva. Embora os importados dominem, suas vendas são menos expressivas. Cerca de 70% dos títulos no formato vendidos nas duas lojas são nacionais.
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Segundo a Saraiva, há dez títulos nacionais cujas vendas em e-book já equivalem a mais de 5% das de papel no mesmo período.
ILUSTRAÇÃO
O Duplo triplo
A primeira edição da tradução de Paulo Bezerra para o romance O Duplo, de Dostoievski, sai pela editora 34 em agosto com três versões de capa (acima, duas delas), para destacar as ilustrações do expressionista austríaco Alfred Kubin – 26 delas foram publicadas originalmente na edição alemã de 1933 e são agora reproduzidas no interior da edição
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O passado e o futuro
Sai Roger Chartier, entra Bob Stein. Com a mudança de agosto para outubro, a 1.ª Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) perdeu o francês historiador do livro, mas garantiu o americano pioneiro em estudos sobre e-books. Em comum, os dois creem que o digital vai gerar um novo tipo de obra literária, mas Stein é mais radical. No Congresso do Livro Digital, ele mostrou não ver lugar para o impresso no futuro.
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A Flica, de 11 a 16/10, também quer ser pioneira. É anunciada como o primeiro evento do gênero “festa literária” na Bahia.
FEIRA-2
Entre a fábula e a farmácia
É curioso o perfil de Alejandro Roemmers, que a Bienal do Livro Rio anuncia na terça entre seus convidados. Membro de poderosa família argentina, ele divide a direção dos laboratórios farmacêuticos Roemmers com a poesia. E seu novo livro é um “complemento espiritual” de O Pequeno Príncipe. Escrito com autorização da família de Antoine de Saint-Exupery, O Retorno do Jovem Príncipe (Fontanar) se passa na Patagônia.
FEIRA-3
A Cabana, três anos depois
No evento carioca, a Sextante espera anunciar os 3 milhões de exemplares vendidos de A Cabana. O romance de William P. Young saiu na Bienal do Livro de 2008, em São Paulo, e já passou os 2,9 milhões.
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Mas é em outro filão a nova aposta da Sextante. Ela divulgará na feira os primeiros autores de sua linha de autoajuda nacional, editada por Anderson Cavalcante. Reflexos de Ágape (Globo), de Padre Marcelo, que completa um ano, em agosto, perto dos 6 milhões de exemplares vendidos.
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