E-reader, o novo Laserdisc

Acabei não falando aqui da entrevista do Paulo Coelho para o Ubiratan Brasil no Caderno 2 de sábado. Ele resume o que está na cara, mas ninguém comenta sobre os e-readers — eles são só uma ferramenta de transição. Nas palavras dele: 

O e-book tal como conhecemos hoje será em breve substituído pelos smartphones. Quando digo em breve, estou falando antes do final deste ano.  

Teve um único comentário que li a respeito e achei genial, mas, pena, não lembro a fonte: o e-reader é o Laserdisc do mercado editorial. Pra quem não se lembra do LD, aquela coisa revolucionária pré-DVD, uma imagem para refrescar a memória: 

LD, mó tipão, e o irmão mais novo (ou nem tão novo), o DVD

Já ouvi editores — que já liam em e-reader quando todo mundo aqui no Brasil achava isso futuro distante — comentando que a leitura num iPhone seria até melhor que num Kindle, não fosse o fato de no Kindle e em similares a luz não refletir na tela. A questão é que os smartphones, espertinhos, têm outras utilidades; os e-readers, mesmo os cheios de badulaques, são um trambolho a mais.

Hugh Laurie, escritor

O Vendedor de Armas, livro que Hugh Laurie escreveu em 1996 e só agora ganha tradução para o português, é surpreendentemente bom. Não é alta literatura e tem lá seus momentos cafoninhas (deviam criar um Bad Romantic Scenes Award só pra ele), mas tem um ritmo de história e de humor que não deixa nada a dever aos melhores policiais.

Escrevi sobre o livro no Caderno 2 de hoje. Sem entrevista porque, como dá pra ver,  o Dr. House não é muito fã de propagandear seu lado escritor

Aventuras literárias de Hugh Laurie antes da fama

O divertido policial O Vendedor de Armas, romance de estreia do protagonista de House, escrito nos anos 90, sai no Brasil

Raquel Cozer

Hugh Laurie planejava usar um pseudônimo para lançar, em 1996, o romance de espionagem O Vendedor de Armas, de modo que sua fama como ator não interferisse na recepção do livro. Seu agente o convenceu de que não havia mal nenhum em garantir a venda de alguns exemplares entre fãs que ele já havia conquistado por mérito próprio. Com o detalhe de que, na época, o britânico era conhecido fora da Inglaterra apenas por pequenos papeis nos filmes Razão e Sensibilidade (1995) e 101 Dálmatas (1996), e, dentro dela, nos palcos e graças a séries como A Bit of Fry and Laurie e Jeeves and Wooster.

Eram de fato tempos bem diferentes. Na edição que chega agora às livrarias brasileiras (Planeta, 288 págs., R$ 39,90), o nome Hugh Laurie aparece com mais destaque inclusive que o título da obra na ostensiva capa cor de abóbora. Há também uma foto do ator ocupando toda a quarta capa, para o eventual caso de alguém não associar o nome à pessoa. Treze anos após a estreia literária, o protagonista de House – a série mais vista da tevê a cabo no Brasil, hoje na sexta temporada no Universal Channel e no quarto ano no canal aberto Record – virou uma grife que não se pode mesmo desperdiçar.

A íntegra do texto tá aqui.